HOJE EU QUERO SER FORTE!
Querid_s amig_s e assinant_s,
Estive afastado por mais de um mês por motivos que vou compartilhar com vocês a seguir. Mas, antes de abrir essa «janela», gostaria de compartilhar uma certeza: quanto mais envelheço, mais consigo entender que a vida pode ser algo bem simples. É isso mesmo!
Há alguns meses, tenho me desviado de flechas que são disparadas de forma tola, mas pode acontecer de alguma nos acertar. E, nesta ocasião, me perguntaram com naturalidade:
«Por que você vai escrever um livro ou um texto para a internet se a maior parte dos e-mails enviados não serão abertos, nem os livros lidos? O que gera curtidas são vídeos com um pico de dopamina ou onde as pessoas usam moletom insinuando o ¨volume¨ fazendo uma dancinha.»
Percebe? Pois esse escritor afirma que às vezes não vemos o tiro vindo e nos acerta como se fôssemos um alvo, e em momentos assim me pergunto: «Por que ainda me queijo do palhaço quando a pergunta é por que eu continuo indo ao circo?»
Existem momentos na vida em que conseguimos ser gigantes e suportar tudo, mas, infelizmente, há outras ocasiões em que não. E não há problema nenhum, de verdade! Em muitos momentos, somos fortes o suficiente para sobreviver, em outros, somos fracos porque somos HUMANOS. E não é porque teu projeto está demorando que isso significa que não está acontecendo ou que você não está dando o teu máximo.
É preciso se conectar a ideias que estejam alinhadas com o nosso movimento de vida para avançar, pois, se não fizerermos isso, tudo…, mas tudo… vai custar muito mais… e, infelizmente, há o risco de pensar que não temos capacidade para isso. O irônico e «engraçado» é que o que precisamos fazer já sabemos, pois, a arte nos deixou inúmeras pistas ao longo da nossa história, em manuscritos, no cinema, na literatura e na música.
Como esquecer a célebre frase da pintora mexicana Frida Kahlo: «Onde não puderes amar, não te demores»; ou a frase épica da personagem Celie (do livro «A Cor Púrpura», de Alice Walker), dita ao marido enquanto ela anunciava sua libertação: «Sou pobre, sou negra, talvez feia e não sei cozinhar… mas estou aqui»; e, mesmo diante de tantas adversidades, que não consigam tirar o brilho do nosso rosto para termos força e seguir em frente, como bem disse aos seus filhos a personagem Eunice Paiva, interpretada pela atriz Fernanda Torres, no filme «Ainda Estou Aqui», após seu marido ter «desaparecido» durante a ditadura militar brasileira: «Vamos sorrir. Sorriam!»
Mas, ah… sempre existem os «mas» para marcar as exceções a todas as «regras», e reinventar momentos que, de fato, «não há outra opção» senão passar pelo luto de alguma perda.
HOJE EU NÃO QUERO SER FORTE!
No mês passado, exatamente no dia 4 de março, meu filho peludo de quatro patas, Raji, fechou os olhinhos no mês em que completaria 16 anos. Meu Raji, mi Rajito, Meu Rajinho, meu filho, meu vovozinho, meu companheiro de toda a vida, que viveu ao meu lado tantos momentos de alegria e tristeza, que foi um filho muito nobre e gentil, que foi e continuará sendo a parte mais bonita de todo o meu coração… precisava descansar.
Não há palavras para descrever a dor da perda de um filho. Sim, é meu filho e me importa pouco o que as pessoas falem sobre esse tema. O que sei é que é uma dor como se alguém tivesse destroçado seu coração com um tiro só. Dói, dói muito. E, nesse sentido, todos os pais/mães de animais se unem em uma comoção coletiva através de uma rede imaterial, porque no final, quando um peludo atravessa o arco-íris, todos os pais/mães de peludos sentem um pouco na própria pele como se fosse o seu filho.
Nesses momentos, é muito importante estar cercado apenas por pessoas que tenham sensibilidade para o tema. Isso ajuda a passar por todas as fases do luto, sem renegar a nenhuma delas. No meu caso, me permiti chorar por muitos dias e viver o luto pela partida de um membro da família. Como deve ser!
É verdade que cada um pode ter sua própria maneira de encarar diferentes dilemas da vida, mas qualquer que seja, deve ser respeitada. Frases como: «Não fica assim, melhora logo»; «Ah, mas ele já era velhinho, né?»; «Você não quer adotar outro cachorro?»; «Com tantas crianças no mundo passando fome e você fica assim?», não ajudam em nada na recuperação de uma pessoa de luto. O acolhimento não deve vir carregado de julgamento, pois o efeito será justamente o contrário.
Lembro-me de um trecho do texto » Quando Chorar «, da escritora modernista brasileira Clarice Lispector:
«Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda».
E, por respeito aos nossos sentimentos, nossa família viveu o que deveria ser oferecido a todos: tivemos um momento abençoado para a última despedida, onde expliquei ao meu filho o passo a passo do que aconteceria ali e que eu estaria com ele até o último momento, seguido de uma cerimônia privada de cremação do seu corpo. Tudo com a dignidade e integridade que uma família merece ter. Por fim, lhe disse: – Até breve, filho!
No dia seguinte, nossa casa estava mais vazia, todos nós sentíamos o vazio deixado pelo Raji não só em nossos corações, mas também na rotina da casa. Nesses momentos, nos reuníamos na sala em silêncio, e em oração pedíamos para que seu espírito fosse recebido com alegria por São Francisco de Assis, em um grande campo verde, cheio de outros cães e animais.
E pouco a pouco a vida retoma seu fluxo, a tristeza abre espaço para um sentimento de Saudade. Finalmente, no tempo de cada um, entendemos que o sentimento é de gratidão, pois agradecemos ao universo pelos anos de convivência que nos foram concedidos ao lado de seres incríveis que são os nossos peludos, que eu, este escritor (pai, imigrante, não branco, +40 e LGBTQ+), chamo de lindamente de Anjinhos.
E a verdade é que mesmo durante um duro inverno, muitas sementes já estão destinadas pela natureza a serem despejadas pelo campo e, em pouco tempo, surgirão os brotos anunciando a primavera. Que linda é a vida! E assim é. No meu caso, tenho novidades: no dia 23 de abril, estarei em Barcelona para as festividades da Diada de Sant Jordi (Dia de São Jorge, padroeiro da Catalunha), em uma tarde de autógrafos e apresentando meu livro durante a Parades de rosas i llibres (Feira de Livros e Rosas).
Quanta alegria! Obrigado, Raji, meu filho, sei que aí de cima continua enviando boas vibrações. Te amo! <3
No próximo dia 23 de abril, estarei na Feira do Livro de Barcelona (Parades de rosas i llibres) autografando exemplares do meu livro Raji – Mi familia: Una historia de inmigración, resistencia, coraje y amor, junto à minha editora @editorialcirculorojo, no contexto mágico das festividades do Dia de São Jorge (Diada de Sant Jordi) 📚🌹🐾
Para mim, esse momento é muito especial. Acredito que um dos maiores sonhos de todo escritor é ter a oportunidade de se encontrar com seus leitores, trocar palavras, olhares, histórias… e que melhor ocasião do que um dia em que a literatura, o amor e a arte serão os verdadeiros protagonistas.
📍 Localização: Las Ramblas (Santa Mònica)
🛑 Stands: 80-81
🕔 Horário: 17h
Muito obrigado por tanto amor. Nos vemos muito em breve! 🌻🐾
O que disseram sobre o meu livro na Amazon Espanha:


E, por fim, lembro a todos que no meu site vocês podem encontrar os pontos de venda (online e físicos – España/U.E) do meu livro e de outros produtos feitos por mim.
Adoraria saber a opinião de vocês sobre o livro assim que o lerem. O apoio de vocês significa o mundo para mim.
Obrigado por todo o amor que vocês me deram ao longo desses anos. Prometo voltar muito em breve com mais novidades sobre meus projetos.
Até lá, cuidem-se bastante!
Com carinho,
Alan Leites 🌻
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